VÍDEO 1 |
Sabemos como a habilidade de ler rapidamente, em voz alta, influencia a fluência de leitura. Com isto não queremos defender o critério da rapidez como critério determinante na avaliação de fluência de leitura que os nossos jovens leitores revelam, e muito menos apoiar testes de rapidez fazendo da leitura uma corrida. Mas o facto de não ser determinante, não quer dizer que não seja importante! Quantos de nós não se viu já confrontado com a necessidade de ler rapidamente um livro, na procura do conhecimento da obra, de uma informação, de uma ideia?
Ora, estes textos, que se desenrolam de uma forma repetitiva, permitem aos nossos jovens treinar a rapidez na leitura, de um forma divertida, numa espécie de jogo, onde o que conta é o processo automático da descodificação [tal como acontece com a lenga-lenga ou o trava-línguas], resguardando desta obrigação os textos que pedem uma leitura tranquila.
Então lemos o poema, primeiro como qualquer poema ou texto deve ser lido, com a voz que ele nos pede, e depois tão depressa quanto formos capazes de ler. Para isso socorremo-nos de uma leitura previamente gravada num vídeo, que dá conta das duas leituras [VER VÍDEO 1]. E, de seguida, cada um leu o poema, primeiro com a voz que entendeu dar-lhe e, depois, com a velocidade de que foi capaz.
VÍDEO 2 |
A GRAMÁTICA VEIO A PROPÓSITO
Ao recriar este poema, tivemos a oportunidade de trabalhar a transição do discurso directo para o discurso indirecto. A ausência do travessão para indicar o discurso directo permitiu-nos questionar a necessidade do seu uso para distingui-lo do discurso indirecto: se as marcas gráficas convencionais, que orientam a leitura, não estão presentes, podemos deduzir a leitura a fazer pelo contexto. Como acontece, aliás, com muitos escritores conhecidos, o mais conhecido dos quais é José Saramago, que dispensa o uso do travessão nos seus livros, sem que isso impossibilite a identificação da fala das suas personagens.
FIGURA 1 |
Exercício demonstrativo [FIGURA 1] é outro poema de Alberto Pimenta que permite leitura e trabalho de texto idêntico, mas mais exigente na procura da voz que melhor o serve. Com uma estrutura idêntica a "Circuncisão" permite que brinquemos com as palavras, recriando-o noutros "exercícios", como por exemplo: "Eu sou: eu. Sou quem sou: apenas eu. Tu és tu: não és eu. Tu e eu somos: nós...", etc.
Relato de Daniel Lousada
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