Poemas que não são poemas de Natal mas podem a ser!
Há uns anos, como era habitual ao aproximar-se esta quadra, li e dei a ler poemas de Natal. Entre eles havia um, de que não me lembro de quem, que para além do título não tinha outras marcas ou referências, que associamos facilmente a este dia. Daqui a ideia de perguntar: Se não viesse anunciado com o título “Natal”, será que o veríamos como tal? E o desafio de transformar poemas, que não o são, em poemas de Natal, veio a seguir!
Foi uma tarefa que nos ocupou nos dias seguintes, com os alunos mais crescidos na busca de poemas que, não carregando os símbolos do Natal (Presépio, Pinheiro, Pai Natal...), remetem para os valores que lhe estão associados (felicidade, amor, amizade, solidariedade…). Não foram lá muito bem sucedidos, confesso. E não fora eu a trazer os poemas e, provavelmente, seria uma tarefa sem futuro.
Recordo este, de Alice Queiroz, que transformaram comigo — acrescentados dois versos no final e, aos olhos de todos, passou mesmo a ser visto como poema de Natal!
Alguns precisariam de grandes mexidas, que correriam o risco de destruir o poema, que não me atrevi a incluir na tarefa. Outros precisaram apenas que lhes mudassem o título. É o caso deste poema de José Luís Peixoto. Bastaria acrescentar, ao título, "um poema de Natal".
O mesmo poderíamos fazer com "A Porta", de Daniel Faria.
E ainda "Ouvir Estrelas", de Olavo Bilac, que também é possível ler como poema de Natal. Que título lhe daríamos? Fica para pensar em Natais futuros.
O poema "Não é fácil", de A. M. Pires Cabral, que encontrei, há uns dias, no seu livro de poemas mais recente, também poderia ser identificado como um poema de Natal — VER >>>
*
Com tantos poemas de Natal, que por aí circulam, porquê e para quê isto? Primeiro porque sim. E depois, porque sim também! Não anda por aí a expressão, «Natal é quando um homem quiser», popularizada num verso de Carlos Ary dos Santos? Então, um poema é de Natal, sempre que o leitor quer!
Sem comentários:
Enviar um comentário