Um poema de João Habitualmente, que aponta para a função lúdica da escrita e, claro, ensina a ler explorando esta função.
Publicado na antologia «Um dia tudo isto será meu», vejo-o como uma história em jeito de lenga-lenga ou trava-línguas, e é como trava-línguas que desafio a ler, numa leitura rápida, que realce o humor que ela pede — sequências silábicas, que fazem lembrar expressões como «o papá papa a papa», impressas em certos manuais de leitura do 1º ano do ensino básico.
Para que isto aconteça, é necessária uma preparação prévia, que identifique os lugares onde marcar as pausas, necessariamente breves — exercício de pontuação em que o único critério é apontar o ritmo a dar à leitura —, para que poema mantenha a característica de um trava-línguas.
Não há perguntas de interpretação, qualquer extracção do acontecimento a fazer, mas apenas divertimento puro, realçando com a voz a comicidade do poema.
Pelo caminho, cruzamo-nos com aquele exercício de "leitura" rápida, tão ao gosto daqueles que fazem da rapidez (confundindo-a com fluidez) a condição mais importante da fluência leitora.
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